quinta-feira, outubro 03, 2019

Revide de repórter transforma microfone em porrete



O clima não está nada bom no país. A mídia está no foco da notícia. Quando não bate, apanha.
Ou é cuspida. Foi o que aconteceu com uma colega da Bandeirantes, em registro feito pelo Universo On Line, o UOL.

Agredida em sua imagem pessoal e profissional, pelo gesto nojento e desrespeitoso, até para um acusado de assassinato, a repórter revidou com o microfone, usando-o como porrete.

Claro que de imediato a vontade é dizer: - Bem feito! Toma filho da p.! Se f.! Lascou-se!

Mas,enquanto era a vítima da cuspida  nos milésimos de segundos, antes de reagir, a repórter tinha apoio unânime, pois o gesto insano do agressor atingia não só a ela como a toda sociedade.

Os milhões além da lente da câmara já estavam comovidos com a notícia do estupro seguido de morte que vitimou a jovem mãe, Aline Silva Dantas.

A reação, porém, mais forte do que a própria cuspida. Mas foi desproporcional. Insana também.

A leitura da imagem vai além da cena. Afinal era a marca de uma importante emissora acertando a cabeça da fonte. Além disso, era a profissional saindo do limite mínimo que existe entre o fato e o repórter.

Caso provocasse alguma lesão no rosto de Eronildo Martins Vasconcellos, ele poderia processar o Estado, pois em seu poder foi alvo de uma agressão. Ainda assim, também pode querer processar a repórter ou até mesmo a emissora.

Ou seja, quem menos precisa ter qualquer coisa a seu favor, já que é apontado como responsável por um assassinato, agora, tem além de sua defesa do crime, fatos em seu favor.

Além disso, perde um pouco o efeito  de uma ação por danos por parte dela contra ele.

Então, antes de julgar legal e apoiar esse episódio. É preciso refletir. Se nós que somos mídia entrarmos nesse clima de bateu levou, fisicamente, instalado no país o que vai restar de nós. Da sociedade?!

Mesmo com essa reflexão meu objetivo não é julgar a colega. Entendo perfeitamente sua reação. Até como mulher estando diante de homem que abusou e matou uma mãe de família.

Mas, antes de qualquer coisa é a razão quem tem que mover nossa missão. A emoção é uma "arma" para utilizarmos para comover, mobilizar e celebrar com quem nos assiste, lê e ouve.


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