terça-feira, outubro 15, 2019

Marisqueiras capacitadas pela Ufal e Visão Mundial querem conquistar mercado




O sururu marisco que ajuda a definir nossa identidade cultural, aqui em Alagoas, é o principal alimento da imensa parcela da população pobre da orla lagunar de Maceió. E é para ajudar a mudar essa realidade que uma parceria estratégica uniu a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e a Ong Visão Mundial  com o objetivo capacitar as marisqueiras.

O projeto, que teve início, com a conquista de um investimento do Instituto Volkswagen foi o ponta pé inicial para uma ideia ainda mais ousada, que no futuro, pode se transformar numa Escola de Beneficiamento.

Visão

Quem primeiro percebeu a necessidade de agir socialmente na área foi a Visão Mundial. Segundo o seu coordenador, Ronivon Amorim, a principal preocupação é criar possibilidades de ação para evitar o trabalho infantil. 

A professora Cristina Noramande da Ufal e 
Ronivon Amorim da Visão Mundial
Foto Diogo Martins

Para essa atividade a ong também conta com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT).

"Hoje trabalhamos inicialmente com 50 mulheres, dividas em grupos de 10, que são capacitadas em encontros que ocorre às terças e quintas das 8h às 13h30 na sede do Instituto Servir", contou Ronivon.

A proposta é criar alternativa que diminua esse ciclo de miséria, já que muitas mulheres marisqueiras, um dia foi uma criança explorada que a entidade buscou apoio. Ele veio da Ufal, em especial do curso de Nutrição, com a coordenadora do Laboratório de Microbiologia de Alimentos, Cristina Normande.


"Com esse trabalho queremos profissionalizar a atividade das marisqueiras. Hoje elas têm sido formadas para aprender a criar e manter uma linha de produção, porque é isso que vai agregar valor e garantir o fornecimento para clientes maiores, como os restaurantes por exemplo", explicou Cristina.

Rotina

No momento, toda a atividade ocorre de forma experimental, mas já existe uma rotina própria que inclui, principalmente, as boas práticas alimentares. Tudo tem sido analisado e os resultados em laboratório confirmam a qualidade final do produto.

As mulheres têm sido capacitadas e já criaram a Cooperativa de Marisqueiras Mulheres Guerreiras. O próximo e mais importante passo inclui a conquista do mercado gastronômico. 

O importante é que a sociedade civil, as organizações estaduais e municipais, além dos empresários conheçam essa proposta. 


O projeto segue até o final do ano. Ou seja, a semente foi plantada, mas pode germinar com outras cooperativas e, principalmente, oferecendo dignidade, qualidade de vida, trabalho e valorização da atividade de marisqueira. 

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