quarta-feira, julho 07, 2010

Incompetência e tragédia se misturam

Fotos Aílton Cruz (Gazeta/Estado de S. Paulo)


A tragédia das enchentes que atingiu 180 mil pessoas em 28 cidades alagoanas, revelou outra coisa trágica. Nós não sabemos cuidar, em tempo hábil, dos irmãos afetados. De fato existem verdadeiros heróis envolvidos no processo. Mas a organização dos trabalhos está emperrada.

Informações vindas do interior mostram que roupas, alimentos e remédios não estão chegando. E a questão é simples, estão estocados. Faltam transportes, pessoas confiáveis e articulação para que isso se efetive.

São os civis quem têm feito o essencial. Muita gente anônima socorrem seus  parentes e amigos. É deles que partem a iniciativa de levar os donativos. 

Outro fato mais grave é que a Defesa Civil chegou a divulgar que não precisava receber donativos, principalmente, água. Depois de repercutida na mídia essa informação foi desmentida pelo comando, que por sua vez culparam a assessoria de imprensa.

Ora, todos nós sabemos que os assessores só divulgam o que são orientados. Por tanto, o certo é que houve falha de quem comanda.
A outra coisa que está me deixando indignado nesse processo todo são as denúncias de manipulação que tem ocorrido em algumas cidades. Como o ano é eleitoral, tem muito corrupto tentando se aproveitar da miséria alheia.
E os médicos alagoanos? A imensa maioria, mesmo atuando na rede pública, não se candidataram para trabalhar como voluntários. E para completar o Conselho Regional de Medicina (CRM) ainda criticou a vinda de profissionais de outros estados. Por favor! 

Depois de tudo o que aconteceu não é hora para picuinha corporativista!

As pessoas estão sofrendo porque perderam suas casas, familiares e sua história. Gente que antes era classe média e agora vive de favor. Jovens com futuro que no momento vivem de incertezas. Na semana passada duas pessoas foram impedidas de cometer suicídio. 

Isso é um claro sinal de que os sintomas de depressão, além de outras doenças, já começaram. O problema é sério.



E para piorar a burocracia para a construção das casas destruídas promete novos capítulos. O presidente Lula já esteve por aqui e liberou R$ 275 milhões para as ações emergências. As construções não têm data para começar. Essa incerteza acaba sendo outro martírio para quem perdeu tudo.

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