Hoje é dia da Pizza. A comida que ganhou repercussão na Itália, na verdade nasceu entre os árabes. Incrível isso não.
Mas não é disso que quero falar. O fato é que no Brasil Pizza virou sinonimo de safadeza, enrolação e falta de punição. A expressão "acabou em pizza" veio do futebol. Durante uma grande crise na direção do Palmeiras - entre dirigentes e envolvendo dinheiro é claro- um repórter definiu que a "briga" da italianada alviverde "acabou em pizza".
A partir a a expressão entrou no gosto popular. Ou melhor, entre os políticos.
Tudo que se inventa, investiga, se apura na Câmara Federal e no Senado Federal, acaba em pizza. Foi assim com o mensalão, os dólares na cueca, as denúncias contra o Palocci (que acabou absolvido), o mensalão do PSDB, a reeleição de FHC, o caso Renan, o caso do deputado do Castelo e por aí vai.
Agora, mais uma pizza está no forno. Trata-se da CPI da Petrobras. Outra que espero que queime e acabe com apuração é a CPI da Pedofilia. O tema é crítico e precisa de um final diferente.
Mas, o fato é que a cada fatia de pizza os políticos entram em descrédito, todos são colocados na mesma vala e o povo perde a vontade de se envolver no processo.
A cada vez que isso ocorre a política está virando tema da elite. Explico! Leia-se elite não apenas os ricos - financiadores de campanha-mas, principalmente, a elite intelectual. Aqueles que têm acesso e usam a informação com riqueza.
Só que esses não são maioria. E como, em parte, não militam (termo que quero desvincular da militância de esquerda) em movimentos sociais, populares ou de representação coletiva não influenciam em nada. Ou melhor, até que sim, mas não com um alcance que atinga os mais pobres.
Aí alguém pode pensar: mas porque falar de pobres (se isso é texto batido da velha esquerda)? É porque são eles que são a razão da existência da política.
Se não vejamos: sempre que alguém se lança para algo ou cargo público fala de quem? Dos pobres. Sempre que cria uma lei de inclusão é para quem? Os pobres.
Antigamente, quando o PT não era poder, era o grande fomentador dos debates e organização das discussões para os pobres. Hoje é governo e se relaciona com os pobres da mesma forma que a chamada "direita" sempre o fez. Digo, com políticas compensatórias como o "Bolsa Família".
Como os demais partidos não têm penetração nas bases mais populares os pobres estão órfãos. Aguardam o surgimento de um novo "Messias" ou quem sabe da "Dilma" (que eles não sabem dizer o sobrenome).
É claro que a eleição da Lula mudou paradigmas importantes do cenário nacional. Por outro lado representou a morte simbólica das lutas e dos movimentos populares. Os debates e projetos para a maioria acabaram em pizza.
Ironicamente por conta do cartão do "Bolsa Família" muita gente que não conhecia o prato agora, uma vez por mês, ou até menos, o inclui na mesa de casa. Que coisa heim?
Nenhum comentário:
Postar um comentário