Mal se recuperou emocionalmente da degola da Série B para C, no ano passado, o CRB vive o drama de poder ir para a invisível Série D. É o início do fim do Galo da Praia.
A situação inusitada, mas decorrente da falta de planejamento, me remota a infância. A época era acompanhante de minha mãe (D. Maria) na Feirinha da Jatiúca. Depois de tudo tinha a ida a avícola. Para quem não sabe é lá que se vendem e abetem frangos.
Nunca me esqueço. Era uma cena de terror. Umas dez galinhas de cabeça para baixo. Só as cabeças de fora. De repente um cara que ficava afiando uma faca o tempo todo se aproximava e cortava os pescoços. O sangue vermelho descia até a última gota.
Antes do suspiro final os animais se estremeciam e tentavam gritar. A profundidade do corte, porém, as impedia de emitir qualquer som. Morriam caladas. Vi muitos assassinatos de aves.
Passei um tempo para comer galinha ao "Molho Pardo" depois que descobri que o tal "molho" nada mais era do que o sangue temperado.
O tempo passou os cabelos caíram - mas a voz continua a mesma- e vejo como profissional (sou jornalista ex-diplomado segundo o Gil Má) o Galo cair (indo). Com alma regateana me lembro do menino inerte.
É impossível não lembrar da cena das avícolas. Vejo o galo na máquina prestes a encarar o cara do facão. Ainda dá para escapar da degola...segundo o Abides (Editor de Esportes da Gazeta) a matemática ainda representa vida. Mas, numa hora dessas quem vai lembrar de contar?
Infelizmente os regateanos estão prestes a presenciar o derramar da última gota. Corremos o risco de virarmos "Molho Pardo Futebol Clube".
Aí somente ouvindo o cantor pernambucano, Chico Science, para consolar:
- desorganizando posso me organizar!
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