sábado, abril 26, 2008

Paulão, Cícero, Barbosa e Haroldo

Foto Aílton Cruz - O Jornal

Paulão na Taturana

Os indiciamentos da "Operação Taturana" continuam. Na última semana os deputados Paulo Fernando, o Paulão (PT) e Marcos Barbosa depuseram e foram indiciados. O mesmo aconteceu com o prefeito Cícero Almeida e com o ex-sindicalista, Haroldo Loureiro.

A maior repercussão foi dada pelo indiciamento do deputado do PT. Isso porque desde que a operação da PF teve início o partido passou a figurar como um dos integrantes do Movimento contra o Crime e Corrupção (MSCC).

Só que eles não contavam que os respingos das investigações atingissem um quadro petista. Resultado! O movimento rachou. Os intelectuais, profissionais liberais e associações apartidárias saíram e deixaram o MSCC nas mãos dos petistas.

Um dos que puxaram a debandada foi o advogado Adriano Argolo, que desde o início do movimento, defendia seu caráter plural, apartidário e democrático. Mas, acabou engolido pelo espírito de corpo que preveleceu entre os petistas.

Na hora do movimento reafirmar seu apoio a PF, principalmente, depois do inciamento de Paulão, a maioria petista optou por blindá-lo. Chegava ao fim um dos movimentos mais espontâneos da sociedade civil alagoana dos últimos tempos. A luta continua, mas sem o mesmo tempero. Agora, quem dá as cartas é o PT.

O erro estratégico do partido será cobrado no futuro. Acredito que já nas próximas eleições. Isso porque a tentativa de fazer do MSCC um palanque, já foi minada pela entrada de Paulão na lista da Operação Taturana. Mesmo com as manobras, essa marca não sai nem com Brilux.

Almeida

Já o prefeito Cícero Almeida, que achou passar por fora do arrastão da PF caiu na rede. E por um detalhe simples: contraiu empréstimo avalisado pela Assembléia Legislativa.

É isso que está em jogo. O dinheiro, segundo Almeida foi para o deputado Francisco Tenório, a época seu colega de parlamento alagoano. O pedido para o repasse dos recursos foi feito pelo ex-presidente da ALE, deputado Celso Luiz.

Mesmo antes de depor o prefeito havia confirmado a operação. Foi à PF acreditando poder reverter o quadro, mas não escapou de figurar na lista. Depois de indiciado, durante uma inauguração, mandou um recado aos adversários que não usem o fato na campanha, pois a época ele era deputado. Como prefeito, afirma Almeida, não tem problema algum.

Mas, é claro que o caso será explorado na campanha municipal, onde Almeida tenta a reeleição. A melhor prova disso é que no dia de seu depoimento, entre as equipes de imprensa, estava uma produtora que presta serviços a um grupo de oposição a gestão municipal.

(Ouça entrevista de Almeida ao deixar à sede da PF)

Foto Yvette Moura - O Jornal

Barbosa

Já o deputado Marcos Barbosa, que até então não tinha seu nome citado acabou convocado para depor e, também, foi indiciado. Mesmo com a crise na ALE ele havia ficado sem arranhões de sua imagem e até aparecia na janela da casa, para ver os protestos diante do prédio da Associação Comercial, onde funciona interinamente o parlamento alagoano.

Ao deixar à sede da PF não escondeu sua irritação.

Foto Aílton Cruz - O Jornal

Loureiro

Quanto ao indiciamento do ex-presidente do sindicado dos servidores da ALE, ele demonstra que para conseguir os empréstimos era mesmo necessário o aval do poder. O que parecia lícito, tratava-se de uma operação ilegal, segundo o delegado Janderlyer Gomes que preside o inquérito da Operação Taturana.

O detalhe é que é crime financeiro fazer empréstimos baseados em autorizações institucionais, não previstas nas regras determinadas pelo Banco Central. Ou seja, a ALE jámais poderia ser avalista de nada.

A partir do momento que ela passou a forncer dados, no caso dos deputados incluindo a verba de gabinete, criou uma regra que não existe.

Mazé

E a lista tende a aumentar. Na fila para serem ouvidos o ex-deputado Temóteo Correa e a ex-deputada Maria José Viana, a Mazé. Ambos também fizeram empréstimos tendo como avalista a ALE. Assim como os demais serão ouvidos e ao confirmarem as transações serão indiciados.

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