domingo, maio 20, 2007

O silêncio de Renan

Foto: Lindomar Cruz - Agência Senado
No início da semana passada, quem esteve em Alagoas e falou muito foi o senador Renan Calheiros (PMDB). Esteve na tv, na rádio e em tudo o que é lugar. Três dias depois, após deflagração da "Operação Navalha", que prendeu aliados seus, inclusive Adeilson Bezerra, presidente de seu partido no Estado, o senador calou.

O silêncio tem explicação. Como falar que não sabia de nada, se Adeilson é um "pupilo" seu no Estado. Não esqueçamos que no primeiro mandato de Lula, Renan empurrou seu nome para Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Já quando seu compadre, Téo Vilela, elegeu-se governador, Renan o empurrou para a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra).

Agora, que Adeílson saiu da linha e foi descoberto, o senador optou pelo silêncio. Dizem as más e boas línguas que não foi visitar o amigo na carceragem da Polícia Federal, em Brasília.
Click aqui para ver o site do senador. Nem lá ele falou sobre a sujeira dos aliados.
Se preferir falar por telefone ligue:
Tel.: (61) 3311-2261/2262
Fax: (61) 3311-1695
Correio:
Téo imita Enéas (Carneiro)

O governador Téo Vilela queria ficar calado, mas foi pressionado a falar. Entretanto não conversou com os jornalistas. Com cara de indgnado anunciou o afastamento de todos os envolvidos. Num pronunciamento relâmpago, em menos de um minuto, deu o recado e saiu correndo.

O tucano não sabia como explicar o envolvimento de Enéas Alencastro, indicado por ele para representar Alagoas em Brasília, ser um dos presos. A relação entre os dois é antiga e, pelo visto, de confiança porque Téo parecia prescindir de seus serviços como "lobbysta", tanto que o nomeou.

Era isso que o governador temia que os jornalistas perguntassem. Realmente é um incômodo falar sobre o inexplicável.

Téo, segue aqui uma sugestão. Já que os caras meteram a mão mesmo, obrigue-os a devolverem o que receberam do Estado nos últimos meses.

Placas

Me lembro das placas com auto-elogios que Renan colocava, às margens das rodovias. Na porta da Ufal existia uma. Ela fazia mensão ao empenho de Renan para a construção de uma passarela. O texto não me lembro. Mas, começava com a frase:" -Obrigado Renan..."

Amizade

Um outro "amigo" que Renan esqueceu durante um tempo foi o ex-prefeito de Matriz, Cícero Cavalcante (PMDB). Atual gestor de São Luiz do Quitunde, Ciço, voltou a ter a presença de Renan assim que foi solto da sede da PF, quando foi acusado na "Operação Guabiru".

Eleição

Graças ao apoio político do senador, Cícero conseguiu eleger sua filha, Flávia Cavalcante, deputada estadual. Com uma atuação discreta ela ainda não mostrou a que veio.

No ar

O estouro da "Operação Navalha" foi tão grande que até as rádios (ligadas a Renan) CBN-FM e Correio-AM tiveram que noticiar as prisões de seus aliados.Pelo menos nisso, tenho que dar a mão a palmatória. Jurava que haveria sensura.

Será?

Será que se o escândalo da "Operação Navalha" tivesse estourado antes da eleição para a presidência do senado, Renan teria sido eleito?

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