segunda-feira, outubro 09, 2006

Lula versus Alckim; ambos avessos a ética

O debate da Rede Bandeirantes, domingo à noite, mostrou como será o nível da campanha presidencial. Lula não se fez de rogado e partiu para o ataque. Como Alckmim não tem essa natureza não soube explorar, como ensaiara, os ataques ao presidente petista.

A depender do julgamento final, Lula saiu-se melhor porque demonstrou conhecer a máquina. Mas, continua pior quando o assunto é corrupção. A ética, que era a melhor moeda petista, agora foi trocada pela comparação de ladroagem do outro lado. Para mim não é estratégico defender-se das acusações de corrupção, mostrando que do outro lado também teve.

O melhor mesmo, seria está limpo para continuar com a postura que o PT sempre teve. Não acredito que diante do que ocorreu ontem quem estava indeciso, tenha mudado sua opção.

Por fim fiquei com a impressão de que roubo por roubo, o do Lula e seu governo todos nós sabemos, menos ele é claro, então é possível que ele continue no poder. Enquanto os dois se degladiavam lembrei muito de uma frase que minha vó paterna costuma falar. Com sabedoria D. Adélia dizia que o "-sujo não pode falar do mal lavado".

Lamento que no próximo pleito não possamos escolher o melhor, mas sim o menos ruim. Isso não é evolução; é involução.
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O ex-chefe do Gabinete Civil e deputado cassado José Dirceu tem um blog, alocado no site www.ig.com.br, onde analisa os fatos da política de acordo com sua experiência. Ontem, como não poderia ser diferente, Zé Dirceu analisou o debate. Em sua análise Lula saiu-se melhor.
Veja a íntegra de seu comentário. Se quiser conhecer o blog do ex-companheiro Zé Dirceu click no grifo.
Lula não recuou e fez um bom debate
Terminou o debate da Band. Alckmin tinha que ganhar, é ele que precisa tirar votos de Lula. Mas não ganhou. Para a surpresa geral, principalmente dos tucanos, Lula não recuou, não ficou na defensiva e atacou e cobrou os tucanos. Não recuou, inclusive, da denúncia de que importantes setores do PSDB e do PFL pregam abertamente a privatização da Petrobras e dos bancos públicos, e de que Alckmin, em seu mandato em São Paulo, manteve a política de privatizações.
Acompanhamos um senhor debate. Alckmin foi repetitivo e cobrou, cobrou, cobrou. Lula soube responder, na medida, e apresentou o que fez no seu governo. Sem perder, inclusive, nenhuma oportunidade de comparar seu mandato ao de FHC. Cobrou de Alckmin explicações que não foram dadas sobre a Nossa Caixa, o PCC, a Febem, sobre a crise energética e o programa do PSDB para a educação. Lula manteve a tranquilidade e se portou à altura do cargo.
Tivemos uma oportunidade rara nas campanhas brasileiras. Um verdadeiro debate, que contou, pela primeira vez, no Brasil, com a participação de um presidente da República. Dentro das regras e do tempo, praticamente todos os temas importantes para o país foram abordados. Nos próximos debates, cada candidato poderá expor com mais clareza sua política.
Alckmin bate na tecla do dinheiro e do crescimento, mas Lula pode dizer que foi a Polícia Federal que abortou o dossiê e prendeu seus autores, como também pode continuar afirmando que criou as bases para o crescimento.
Lula saiu-se melhor. Devemos esperar, no próximo debate, o tom repetitivo de Alckmin e da militância oposicionista, negando tudo que o governo fez e desenhando um país em crise. Isso não deve lhe dar votos onde precisa conquistar, ele está falando para seu próprio eleitorado. Por outro lado, Lula pode e deve expor claramente qual será sua política de desenvolvimento e como fará a reforma política e administrativa.

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