A tragédia com o avião da Gol no Pará marcou a vida de muita gente. As fotos do local onde os destroços foram encontrados, juntamente com os corpos estão na internet. As imagens são chocantes. Eu as recebí na semana passada e desde então vivi um dilema ético quanto a sua exposição aqui neste espaço. Optei por não colocar.
Segundo o código de ética dos jornalistas as imagens e/ou informações só podem ser retransmitidas se forem de interesse público, logo de interesse jornalístico.
Como o fato em si já foi amplamente divulgado e a dor das perdas estão diariamente nos jornais e telejornais, entendi que a revelação do estado lamentável em que os corpos foram encontrados só contribuiria para aumentar os efeitos da perda.
Além desse fato, no ano passado, também num avião da Gol, vivi de perto o pânico no ar. Ao lado de personalidades como a sindicalista e ex-candidata pelo PT, Lenilda Lima, a presidente do Sinteal, Girlene Lázaro, o advogado membro da OAB, Narciso Fernandes, e do empresário Ronald Vasco, senti na pele o que devem ter passado os irmãos que morreram na maior tragédia da aviação brasileira.
O avião não conseguia pousar por conta do mal tempo. Nas três tentativas o piloto optou por arremeter (subir) ao perceber que não tinha visibilidade. A sensação era muito ruim. Ficamos sobrevoando Maceió até que o piloto informou que o combustível estava no fim e iria até Sergipe para reabastecer. Acima das núvens víamos outras aeronaves voando em circulo esperando a vez de tentarem aterrisar.
Numa das tentativas cheguei a ver as casas das pessoas que moram próximo ao aeroporto. Notei que algumas chegaram a sair de casa assustadas. O barulho do motor com toda a potência para voltar a subir provocava uma tensão ainda maior. Não sabia o que pensar...dizer...apenas ouvia e assistia a reação dos demais.
Não conseguia concluir as orações. As palavras simplesmente sumiam. Achei num dos bolsos um texto com uma oração árabe...dei uma risada nervosa...mas comecei a ler, também sem concluir...Aquela altura até Maomé valia...mas como se fiéis a ele detonaram aeronaves nos EUA em 11 de sembro.
Depois lembrava dos amigos, familiares e na comoção que um acidente poderia causar. No final tudo deu certo, mas ficou a lembrança dos momentos de susto. Algumas pessoas passaram mal e outras tiveram crise nervosa. Bom, quanto a mim...resava, suava e procurava disfarçar. Mas dentro do peito o coração pulsava disparado a ponto de sentí-lo na garganta.
Naquele dia não era a nossa hora.
Um comentário:
Meu amigo eu não sei em quem vou votar ainda..se vc leu um post de dias atrás estou indecisa entre Lula e Nulo.
Mas eis uma pergunta que não quer calar...QUEM PORRA É O ASSESSOR da Lolo, bicho? Eu votei nela, mas dava arrepios vê-la sendo entrevistada. Eu pensei que se fosse eu a entrevitadora, procurava o assessor pra puxar a orelha dele!
Postar um comentário