Fruto de uma imensa pesquisa feita pelo jornalista e escritor Marcos Eduardo Neves, a obra mergulha nas entranhas do Botafogo e, principalmente na alma de Heleno. Homem de fibra, amava o futebol a boemia e o luxo. Com tudo isso, era capaz de ser indomável em campo e fora dele.
Com uma personalidade elaborada numa típica família de classe média mineira, ao chegar ao Rio de Janeiro cresceu junto com a cidade. Arrogante, Heleno era amigo de seus amigos. Caso o espírito não batesse com o seu, era o fim.
Parte dessa personalidade difícil, se soube depois, Heleno tinha uma doença que lhe tomou a razão e o prazer da vida. Da paixão pela bola, passando pelo luxo exarcebado, o atleta acabou consumido pela sífilis, que lhe tirou a razão.
Como filho deu trabalho no fim da vida. Viciado em éter, perdeu tudo o que conquistou, inclusive o glamour que tanto apreciava. Em seu processo de decadência, abandou a mulher e acabou sem ela. Não viu o filho Eduardo crescer. Até hoje, ele tenta refazer sua história.
Nascido em São João Nepuceno, em Minas Gerais, a cidade viu Heleno voltar em estado terminal. O craque voltou para se internar numa clínica psiquiátrica para se tratar. Mas, já era tarde. Heleno encerrava sua história de modo melancólico e triste.
Ainda assim Heleno é homenageado com uma estátua onde dá nome a uma praça.
Nessa fase da leitura do livro, devo admitir que é penoso acompanhar isso. Optei por lê-lo antes de assistir ao filme estrelado por Rodrigo Santoro.
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