quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Frevando na minha história

O carnaval alagoano é uma das coisas mais estranhas já conheci. Somos no antes, mas péssimos no durante.
Quando era pivete ia com meu pai, mãe e minha irmã para a praça Moleque Namorador, no bairro da Ponta Grossa. Era uma loucura! Gente pra caramba e uma animação impressionante. Para a gente bricar tínhamos que ficar a distância enquanto a multidão ficava rodando em volta do caminhão onde ficava a orquestra de frevo.

A brincadeira incluia o famoso "mela-mela" e banho com lança cheia de água. Alguns caras cheiravam um negócio com pano, que anos mais tarde vim saber que era lança perfume. Outros fumavam outra parada que depois fiquei sabendo ser maconha. Mas, a grande maioria juntamente com papai, tomava era batida a base de Pitú (o aperitivo do povo).


Tempo

Ficava imaginando que quando ficasse maior poderia ir para o meio da galera. Mas, aí os anos se passaram, fiquei barbudo, careca e cheio de vontade de brincar na rua. Por outro lado, para onde foi o carnaval? Sumiu! Nem o bloco "Pulo do Gato" do Sr. Lourival da Jatiúca saiu mais. Foi foda! Tudo mudou.

Só vim reencontrar carnaval de rua, e pra valer, em Olinda (Eu acho é pouco - Segura a Coisa - Enquanto Isso na Sala de Justiça) e Recife (Galo da Madrugada) para onde já fui pelo menos oito vezes.

Atualmente os alagoanoas, para manter a tradição, retornam com a onda de frevo a partir do Pinto da Madrugada (cópia limitada do Galo da Madrugada), dos Filhos da Pauta (que na verdade sempre saiu), entre outros. Entretanto, somos bons apenas nas prévias. Na hora "H" o povo vai para as mansões da B. de São Miguel, Paripueira e até Recife.







Encontro

Tive a chance de conhecer o Edécio Lopes e com ele falar de frevo. O cara era um "monstro" neste assunto. Numa das conversas lembrei que tinha um disco onde ele estava entre os caras da foto. O LP chamado "Alafrevo" existia na casa de minha mãe. Foi meu pai quem comprou, juntamente com um outro do maestro Jovelino.

O Edécio não acreditava que uma pessoa jovem como eu tivesse essas informações. Isso porque já estava decepcionado com a chamada "nova geração" que curte mais axé e forró falso.


Agora, depois de sua morte física, bateu uma saudade da porra do passado. Principalmente porque depois que coloquei um post sobre o Edécio o Aílton "Birrada" Cruz de Angola lembrou dos tempos do Edécio junto com o maestro Ildo Rafael da "Big Banda Show".







Para minha surpresa encontrei os tais LPs e não resisti. Tá aí as fotos das capas. O próximo passo agora é providenciar cópias em CD.

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