terça-feira, junho 06, 2006

Dia triste: morre Jorge Villar

O dia começou triste com a divulgação da morte do radialista Jorge Villar, 74, de ataque cardíaco. Bianor Correia, advogado pai de oito filhos, estava com câncer e morreu depois de uma cirurgia que durou 10 horas.

Animado, pouco antes da cirurgia chegou a prometer para a filha que veria mais uma Copa do Mundo. Não deu. Jorge descansou e foi assistir as partidas ao lado das grandes estrelas do rádio, que como ele, são fanáticos por futebol.

"Vi, vivi e estou contando", este é o tema do último livro de Jorge que revelava os bastidores de sua vida como boêmio, radialista e amigo. Cheio de histórias ele foi por muitos anos o locutor oficial do Areia Branca - Uma extensão do seu lar!, que pertencia ao Mossoró, no Canaã.

Brincalhão costumava passar suas tardes no shopping Iguatemi com os amigos da PM, abreviatura de Pau Mole. O grupo é formado por grandes figuras que ao exemplo de Jorge curtem os louros de vidas bem sucedidas. Concerteza hoje não haverá reunião.

Humorista nato Jorge entra para a história como redator, narrador, locotor e diretor de rádio. Fez de tudo. Mas o que fazia melhor era os outros sorrir.

No início de minha carreira tive a chance de conhecê-lo através do também radialista, a época, Álvaro Tojal. O Jorge era o diretor da Rádio Educativa. Só deixou que estagiasse depois de bater uma carta me comprometendo a não processar a rádio depois que saisse. Assim foi feito. Fiquei chateado com o tratamento, mas depois entendi.

O tempo passou e há três anos tive a chance de entrevistá-lo como apresentandor. Foi uma satisfação. Me diverti muito ao lado da companheira Gilka Mafra ouvindo os causos do Jorge. O autor do "Rabo de Palha" e "Ora Bolas", ambos programas humorísticos vai fazer falta. Quanta criatividade para improvisar com inteligência.

Impossível não lembrar da história que um dia ele contou assim: - Cheguei em casa depois de mais uma noitada. Já estava de sobre-aviso. Aí perto de casa vi um cara vendendo um monte de caranguejo. Comprei-os e depois os soltei no jardim. Quando ela abriu a porta com aquela cara já fui justificando minha demora porque vinhera tangendo os bichos desde o Canaã.

É Jorge, seu tempo passou. Fica o sorriso e as lembranças. Mesmo hoje, dia de tua morte é impossível chorar. Lembrar de você vai ser sempre uma graça.

Siga em paz amigo!

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