quarta-feira, novembro 17, 2021

O dilema dos pobres e o futuro ou pobreza S. A versus Miséria



 Amassar latinhas, pedir esmolas com cartazes, nos coletivos, diante de restaurantes ou em residências é a sina de quem vive na extrema pobreza. Em completa exclusão social econômica e social vivem "a olhos vistos", mas invisíveis para a maioria. 

Quantas vezes, você de classe média, ainda com emprego, a caminho do shopping ou ao descer do carro com os filhos na porta de um restaurante se deparou com famílias inteiras e, mesmo constrangido teve que dizer não porque vai pagar com cartão e não tem trocados na carteira?

Nesta caso, às vezes, ao final, consciência pesada, ou cobrado pelos filhos, pede para o garçom ao final do almoço fazer uma quentinha com os restos e chama um dos pequenos entre os pedintes para entregar o que sobrou. 

Sua piedade não pode ser desprezada. Como a maioria dos cristãos você agiu com emoção. Mas, os pobres continuará ali. Porque a questão não se resolve assim, mas como política, escolha de projetos, diagnóstico da realidade e com a escolha de políticos que pensem nos pobres. E não só isso, aja para de algum modo incluí-los. 

Conheces alguém assim? Digo, incluir para tentar fazê-los mudar de classe. De algum modo isso só ocorrerá com os filhos na classe. As das escolas. Sim, porque muitas vezes os pais sem qualificação e o mercado sem espaço para tanto não conseguirão sozinhos impulsioná-los. É que a saída coletiva para o problema parte da construção de um caminho...para gerar oportunidade mais adiante. Logo é de longo a médio prazo.


     


Eis a questão...

Os pobre são numerosos. A julgar pelos 29 milhões que integravam o extinto - Bolsa Família elaborado pelo governos petistas a partir da política de inclusão dos tucanos do PSDB - apenas 10 milhões migram imediatamente para o "novo" Auxílio Brasil. Outros 4,5 milhões serão incluídos. Assim se chegará, inicialmente, a 14,5 milhões de pessoas e a outros 17 milhões até abril de 2022.

Mas, o problema é que outros 15,5 milhões que não se incluem na chamada "extrema pobreza" ficarão de fora. A pergunta é: o pobre com renda em declínio tende a subir ou cair? 

Por essa razão muitos especialistas acreditam que o que o governo vai dar de ajuda pode impactar pouco no que se refere a mudança do cenário da pobreza no país. 

Ao todo o governo vai repassar R$ 400 reais por família, totalizando ao final dos repasses, em dezembro do próximo ano R$ 81,6 bilhões. 

É muito dinheiro. Mas, mesmo assim, os pobres continuarão existindo. Já o próprio auxílio não porque tem vida curta. Acabará mesmo em dezembro. Isto porque o repasse não é uma política de governo. Ou seja, não vai ter continuidade.


Giro

Nesse período a economia da Classe C vai girar porque mercadinhos, bodegas no interior e pequenos negócios na capital e por lá estarão aquecidos. A inclusão momentânea fortalecerá a "micro-economia" e também terá impacto em parte da grande indústria, em especial os processadores de alimentos, material de construção e fabricantes de roupas. 

A grande reflexão, para mim pelo menos, é que ao contrário do Bolsa Família, que tinha como "troca" do repasse a presença em salada das crianças e a vacinação em dia. Toda a educação da primeira infância estava garantida. Com comida, nas unidades, mais um pouco em casa e ao mesmo tempo fora das ruas a meninada tinha um caminho a seguir.

Sendo assim, o problema não estava em criou o Bolsa Família. Mas, a quem beneficiava. Não basta acabar com uma "marca" e criar outra sem um planejamento de qualidade e continuidade. 

Não tenho dúvidas que o BF deve ter tido inúmeras falhas. Mas, será que não seria mais fácil tentar aprimorá-lo ao invés de começar do zero novamente?


Proselitismo

O pior é que em parte, teremos pessoas da esquerda torcendo para o Auxílio dar errado porque assim favorecerá a seus candidatos ou ao Lula. Por outro, outras tantas acreditando que será o melhor porque foi criado por Bolsonaro. 

Mas, e os pobres? 

Pense nisso. Deixe de lado sua pobreza de ideias. 




 




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