quinta-feira, fevereiro 07, 2019

Lula Nobel, mas sem paz

No auge da popularidade Lula costumava ir para os braços do 
povo quando estava sendo bombardeado na mídia
                                                                                         Foto: Ricardo Stuckert


Lula vive seu pior momento político. Preso, sem contato com o povo, impedido até de ir ao velório do irmão. Viúvo, órfão das ruas, se comunica por bilhetes quando recebe a visita de advogados e parentes.

Mas, do lado de cá, um movimento liderado pelo Prêmio Nobel da Paz, em 1980, Adolfo Pérez Esquivel, já conta com 400 mil assinaturas, entre elas a de muitos notáveis.

A coleta é feita pela plataforma change.org A ideia, na verdade, é para formalizar a candidatura de Lula. Quem puxa o coro é o Comitê Internacional em Defesa de Lula e da Democracia no Brasil.

Ou seja, há um enredo que pode expor sua prisão como parte de um plano para eliminá-lo da política por conta de suas ideias e ações em defesa do povo. E aí são citados vários dos índices sociais que em seu governo foram elevados por conta dos investimentos.

Nesse contexto, para os petistas, o fato dele continuar atrás das grades e ter proibida sua saída no mês passado lhe favorece, já que teve a situação exposta em nível internacional.

Mas, tem um detalhe que acho que faz a conta -"dos companheiros" - não fechar, nem aqui e nem fora.

É inegável que Lula mudou o raio x da miséria do país. Isso é histórico está nos anais da humanidade e ninguém vai tirar. Muitos foram o que sobreviveram e mudaram de classe social, além de conquistar casa, acesso à escola e universidades.

Corrupção

Mas, e a questão da corrupção do governo? As indicações de nomes como Delcídio do Amaral, Ricardo Duque...entre outros que entraram na estrutura petista para atuar junto a Petrobras.

Delcídio entrou no partido, em São Paulo, depois que o PT do Mato Grosso em suas instâncias municipal e estadual disseram não, por saber que era PSDB e queria apenas se beneficiar. Sabem que o filiou? O Zé Dirceu. Com qual objetivo?

No caso do Duque, o Sindpetro do Rio (cutista e portanto, ligado ao partido) já o denunciava antes mesmo do PT se tornar poder.

Além disso, por que Lula, quando estava no auge da popularidade ao invés de indicar um petista de origem (e existiria tantos nomes para citar) optou por Dilma, que nasceu politicamente no PDT e não tinha um décimo de sua capacidade de articulação?

Outra coisa: O PT que depois acusou a Globo de tê-lo fritado publicamente, deixou nas mãos de Antônio Palocci o "perdão" para a emissora e renovou sua concessão pública.

Aliás, foi a gestão que mais repassou dinheiro para a empresa.

Mais

Outra coisa que me deixa intrigado é porque mesmo contra seus delatores, Léo Pinheiro (ex-OAS) e Marcelo Odebrecht, Lula não partiu para o ataque. Ao estilo Lula com raiva e força.

Ao invés disso, o que vimos foi um Lula que responsabilizava sua ex-companheira e ex-primeira Dama, D. Mariza Letícia.

Reflito aqui sobre questões que ninguém do PT e simpatizantes não gostam de discutir. Mas, o faço não mais para desmoralizar ou achincalhar Lula, mas sim para que reflitamos.

Este mês o PT completará 39 anos de existência. Foi o partido que mais filiou pessoas nos últimos meses. Agora são quase 11 milhões de filiados, sendo 2,5 milhões de pessoas entraram no partido durante sua maior crise.

Logo, é fundamental que esse "novo" PT que pode ou deve surgir tenha claro que passos e quais passos serão dados para ser oposição e alternativa de poder.

Vale lembrar que antes de tudo isso, também, seria importante uma autocrítica pública, depois de discutida internamente.

Lembreme-nos do que Mano Brown falou na campanha do Haddad.






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