José Viegas, sec. estadual de Cultura, Nunes e Álvaro Machado chefe do Gabinete Civil |
O homem simples que desenhou o poder e as situações cotidiano só poderá desenhar no céu. Morreu no dia em que o ex-presidente Itamar se enterrou.Lá de cima creio que Nunes já está de olho no mineiro. Pena que esse material só o veremos quando também não estivermos mais aqui.
Desde que me entendo como jornalista, não me lembro de ter visto a morte de nenhum chargista. Não se como é. Qual o desenho que isso tem? O Nunes vai me iniciar nisso também. Imagino um traço preto, com pouca gente, mas uma boa representação do velório.
Velas. Agoa são elas que iluminam Nunes. Quando era vivo tinha luz própria. Franzino, bem humora, educado e de fala mansa, só castigava na mão, quando a situação exigia. Nunes era ácido do jeito dele. Tocava no social sem ser chato, piegas ou lançar mão do lugar comum. Aliás, sua grande virtude era pegar o comum e mostrar que ainda incomodava.
Vai ser mais triste a vida sem o Nunes. Seus fãs, leitores e admiradores pessoais, agora só ficarão com o exemplo. Pelo menos ele deixou tudo desenhadinho para nós. Lamentar sua morte não fará sentido, afinal estará sempre vivo por seu olhar rabiscado numa folha em branco. Queria que a morte de Nunes fosse uma charge.
Algo irreal.
Mas, lemento informar que é verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário