Fazer humor na televisão aberta não é fácil. Os acordos políticos e a disputa pelo "bolo" publicitário dificulta a criatividade e costuma limitar os alvos das piadas.
Mas, há alguns meses, tenho acompanhado a turma do CQC, lideradas por Marcelo Tas. De um modo criativo e usando o jornalismo como linguagem o grupo tem conseguido romper barreiras.
Eles lembram o "Casseta e Planeta", no início dos tempos, quando Bussunda era o líder. Hoje o grupo sucumbiu ao marasmo e ao contrato milionário com a TV Globo.
Foi exatamente aí que o CQC inovou. A publicidade foi levada pelo projeto do Tas enquanto a Band coube a liberação do horário.
O casamento de interesses agradou e ganhou espaço. De uns tempos para cá políticos da "velha" e "nova" guarda estão preocupados. Kassab e Maluf são os eleitos pelas críticas e questionamentos. Sem falar no Pitta, coitado, que teve que dar explicações sobre seu sumiço após a decretação de sua prisão por não pagar pensão.
As matérias de cobrança dos prefeitos, também, dão um tom diferenciado ao programa. Com isso os caras conseguiram mobilizar universitários, secundaristas, a classe média, os pobres e as vítimas dos políticos inescrupulosos.
Claro que com tantos elogios alguém vai cobrar. Porra! Tchôla...mas os caras têm a Skol e a Pepsi entre os anunciantes... Mas, e daí? Qual produto de mídia no capitalismo sobrevive sem anúncios. A diferença, porém, é que a verba paga está sendo usada para colocar o dedo nas feridas abertas pela arrogância de quem ocupa o poder.
É por isso que o CQC vem conquistando prêmios. Até o momento eles só perderam a eleição do Jornal Extra (RJ), mantido pelo grupo Globo. Ainda assim, na última terça-feira o intrépido Danilo Gentilli mostrou que os internautas elegeram o CQC, mas na hora "H" dava sempre um produto global. A manipulação foi desmentida com o registro do voto dos internautas.
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