segunda-feira, agosto 16, 2010

Emoção que não tem preço



Foto Fernanda Calheiros - Ascom Fits

Para quem ainda não sentiu a emoção de ajudar alguém, vai ser difícil entender o que vou relatar. Mas como estou na Rádio Jornal (Programa Cidadania - AM 710)

Na semana passada (terça-10) vivi um sentimento muito legal, depois de contribuir para a localização de uma jovem - Jullyani, que estava desaparecida.

Seus pais chegaram a emissora completamente abalados com a foto da filha nas mãos. Rapidamente o companheiro, jornalista Miguel Torres, percebeu a importância do problema e de como poderíamos ajudar.

Depois de fazer a abertura tradicional do programa iniciamos a apresentação da história. A jovem, que sofre da Síndrome do Pânico, havia desaparecido ao deixar a academia onde malha com a mãe. Só que ao invés de ir para casa, sumiu.

Conforme relato de sua própria mãe, ela, de vez enquando, sofre um "branco" na mente e simplesmente sai andando. Desta forma, acreditava que a filha tinha saído caminhando sem rumo para lugar ignorado.

A partir daí ficamos, por meia hora extraindo mais detalhes. Já faziam 24horas do desaparecimento. Como o rádio não tem imagem, tive que insistir nas caracterísicas da jovem e de como estava vestida. Mesmo diante da dor da mãe, tinha que explorar ao máximo, detalhes do comportamento e hábitos da filha.

Aí, para finalizar, comecei a apelar para a nossa audiência, enfatizando as características e convocando as pessoas a perceberem se haviam encontrado alguém assim.

Foi aí que surge uma ligação, José Edmilson - que preside dos Conselhos Tutelares. Ele estava na escuta do programa e entrou ao vivo. Conforme seu relato, na noite anterior, havia recebido a ligação de um conselheiro - José Edson- da cidade de Flexeiras, dando conta da aparição de uma jovem com aquelas características.

Não preciso dizer que os olhos arderam, as pernas tremeram e a voz embargou. Era ela! Rapidamente tentei me recompor e pedi que repassasse o contato com o conselheiro da cidade. Assim que nossa produção, o radialista Moreira da Silva, ligou o conselheiro da cidade confirmou a história. Era Jullyani que estava por lá.

Sua mãe e o pai não se controlavam de emoção. A esta altura uma equipe de O Jornal (a repórter fotográfica Ivette Moura e a repórter Mônica Lima) já estavam no estúdio para apurar o caso.

Voltando ao caso, ainda transtornada a estudante fora medicada, mas estava bem. Segundo os indícios caminhou das 9h30 minutos de terça-feira até à noite do mesmo dia por aproximadamente 130km, sem que nada de mal lhe fosse registrado. O que dizer? Foi Deus!!

Os pais começaram a nos agradecer, mas lhes expliquei que fui apenas um instrumento naquele momento. A filha deles havia sido protegida por seus anjos. Desde esse dia, se já amava o rádio por conta de tudo que representa, agora, o respeito ainda mais.

Quanto a minha passagem pelo programa ela tem prazo para terminar, dia 3 de Outubro. Mas esse fato carregarei para o resto da vida, como parte de um processo de transformação pessoal que comecei a vivenciar desde o nascimento de minha filha Lorena.

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