segunda-feira, junho 29, 2009

STF tenta desmobilizar jornalistas com fim do diploma

A decisão de suspensão da obrigatoridade do diploma para a profissão de jornalista não tem nada a ver com "liberdade de expressão". Isso nunca faltou na imprensa desde a queda da ditadura. Entretanto, ela só acontece quando os "donos" da mídia a liberam. Porque, como disse Assis Chateaubriand, se quiser escrever o que quiser "crie seu próprio jornal". Se fosse nos dias de hoje, talvez, ele citasse os blogs.

Na prática a discussão que mobilizou o Supremo Tribunal Federal (STF) é maior. Aliados com os superpoderosos empresários de comunicação os ministros tentaram acabar com a organização dos jornalistas. Estamos falando de uma categoria social, que assim como outras, mas principalmente ela, estava cobrando muito uma postura clara e transparente do Judiciário.

O golpe contra os jornalistas é um recado e uma demonstração de força dos mantenedores do estabelichment. A sociedade nunca questionou o seu espaço nos veículos, porque os donos das opiniões aqui e acolá garantiam seus espaços como já dissemos.


Incomodamos os "donos do poder" porque nos constituimos, mesmo sem querer, como um poder paralelo. Esse sim capaz de mobilizar a sociedade contra os desmandos. A força de uma denúncia é capaz de desmontar qualquer estrutura. Ou pelo menos, tirar sua altiva importância.


Quando o STF diz não ao diploma tenta igualar qualquer um capaz de escrever e opinar com os profissionais que se dedicaram a estudar outros aspectos da notícia. Entre eles o seu impacto sociológico- fruto de estudos interessantes no Brasil e no mundo- no que se refere a capacidade de mobilizar a opinião pública.

Vale lembrar que foi o caráter investigativo da mídia que beneficiou a corrente ideológica que lançou Lula para a presidência. Essa mesma desmontou a força da corrente "neo liberal" sempre capitaneada em sua maioria pelos tucanos do PSDB.

Provamos que mesmo apontando um caminho crítico para a sociedade, que abriu espaço para a eleiçãode Lula, fomos capazes de denunciar seu partido quando criaram o "mensalão". Ora! Se sofressemos com a falta de liberdade, pelo fato do governo despejar milhões em anúncios nos grandes veículos, esse fato jamais ganharia repercussão.


Só que ganhou, e muito. Por outro lado não foi capaz de "colar" no Lula como queriam alguns setores que se escondem por trás da mídia. Desde então vinha sendo arquitetada uma "trama" para encurralar os jornalistas.

A gota d´água foi o apoio da mídia as críticas do ministro Joaquim Barbosa, quando bateu boca com o presidente Gilmar. A partir dali todo ódio contra nós passou a ser destilado.

Muitos poderosos não aguentam o fato de que há profissionais independentes, ou mais livres que outros, capazes de desnudar as mentiras. Inclusive, aquelas travestidas de legalidade, impostas e discutidas no STF. Ou será que que a Justiça, no Brasil, é acessível a todos? Claro que não. Nem por isso se questiona o porque disso ocorrer. Nem a validade do que se vota e surge em seu seio.

Quando se faz, isso parte de nós jornalistas que nunca tememos processos, contestações e ameaças de ações na Justiça. Isso sim incomodava o supremo e os atingidos. Entre eles altos banqueiros, donos de corporações e os agentes públicos corruptos.


Logo, a tentativa de nos desmoralizar veio para tentar tirar nossa força. Só que ao invés disso nos fortaleceu. Porque agora, mais do que nunca, vamos jogar luz nos fatos. O primeiro deles nas injustiças promovidas pela falta de Justiça.

Gilmar o senhor não consegui nos calar!

Um comentário:

Silvan Sapucaia disse...

Parabéns pelo texto!!! Vamos em frente amigo...