quinta-feira, setembro 09, 2010

Por quê o rádio?


Descobri que deveria fazer jornalismo quando vi pela primeira vez uma reportagem do jornalista Caco Barcelos. Era sobre os desabrigados das chuvas de Blumenau, nos anos 80.

A partir dali passei a acompanhar os telejornais locais e vi nomes como Ricardo Mota, Márcio Canuto, Arnaldo Ferreira e Izabel Serie fazer jornalismo com qualidade na televisão. Nos jornais me lembro de nomes como Roberto Vilanova (hoje o Bob) e Fernando Araújo.

Pouco tempo depois me tornei militante partidário de um partido de esquerda. Aí compreendi como as coisas funcionavam, ou melhor, deveriam funcionar. E descobri o quanto o bom jornalismo contribui para a evolução das pessoas.

Muito cedo despertei meu interesse pelo rádio. Ouvia o programa Manhas Brasileiras com Edécio Lopes, na Rádio Gazeta. Depois veio o Ministério do Povo, a época com França Moura. Todos esses comunicadores de algum modo sempre nortearam para mim qual o papel de uma pessoa de mídia. Aos poucos descobri que minha voz tinha um bom timbre que poderia ser boa para o rádio.

Quando fui estudar na Escola Técnica Federal (Química) me envolvi com política estudantil. O Grêmio Estudantil tinha uma rádio e foi então que empunhei um microfone pela primeira vez. Antes disso, em minha rua, um amigo meu (André Porto) conseguiu fazer um transmissor. Ao ouvir minha voz irradiada para minha casa fiquei impressionado.

Essas duas experiências mudaram minha vida. Decidi que deveria fazer comunicação, em especial o jornalismo. Adorava as transmissões esportivas, o noticiário e os programas jornalísticos.

Sempre me impressionei com a capacidade e a força da palavra. Por várias vezes espantava minha tristeza ouvindo radialistas, de FM ou AM, por causa de alguma coisa que era dita. Em nível nacional, às vezes, sintonizava a Rádio Globo, a Rádio Nacional e a Tupi, todas do Rio de Janeiro. Os caras eram bons, como até hoje. Sempre bem informados e com a capacidade de transmitir uma energia positiva que acho válida até hoje.

Sendo assim não tinha outra saída, se não fazer algo parecido, mas tentando criar meu próprio estilo. Sei que quando entro no ar chego na casa das pessoas que estão tristes. Por isso acho que temos a obrigação de chegar com algo bom, ou sugerindo soluções possíveis.

Quanto ao meu empenho para recuperar viciados em drogas e famílias destroçadas, isso nasceu de minha experiência pessoal e profissional. Vi pessoas próximas passarem por maus bocados e personagens de matérias sucumbirem em meio ao vício.

Optei pela fé na vida. Sobrevivi!

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