segunda-feira, setembro 13, 2010

Alagoas: paraíso das águas ou das armas?



Que o crime não compensa todo mundo sabe. Mas, em Alagoas, essa regra é diferente. Além de compensar financeiramente, aliado a impunidade ele se torna algo banal e até lucrativo para os pistoleiros.

É comum adversários políticos sentenciarem a morte seus adversários. Em todo processo eleitoral, com uma margem de erro de dois anos para mais ou para menos, algum político morre ou manda matar.

No último dia 20 de agosto, o vereador Genival Barbosa da Silva, 50, foi executado em via pública na cidade de Roteiro, interior do Estado. Agora foi divulgado o vídeo do crime, feito por câmeras instaladas na cidade. Por elas é possível ver o roteiro da morte. Ao ver o assassino ele tenta correr, mas não escapa das balas. Foi atingido três vezes diante de dezenas de pessoas que transitavam pelo local.

A execução à queima-roupa foi flagrada por câmeras de segurança instaladas em pontos estratégicos. As cenas são fortes, mas ajudam a entender como é o DNA político da minha terra. Aqui não existem balas perdidas, porque todas têm direção.

Ninguém sabe até quando. Desde que me entendo por gente é assim. O mais grave é que mesmo diante das cenas e da brutalidade registrada, nenhuma autoridade constituída se pronunciou. Acreditem, ninguém falou publicamente sobre o episódio. Minha dúvida é saber se o silêncio é medo ou omissão?

AH! Antes que me esqueça, a vítima,em 2006, foi acusado de ser um dos mentores de uma chacina em que foram mortos quatro pessoas, entre elas o prefeito da cidade Edvaldo Santos Ribeiro. Por conta do crime chegou a ser preso, mas foi solto meses depois.

Diante disso começo a discordar da frase que diz que somo o "paraíso das águas" e sim o paraíso das armas.

Obs. Desculpem-me os seguidores deste blog. Desde o início minha proposta era outra. Porém, se me calar ficarei igual aos omissos que ocupam funções públicas e enriquecem em detrimento da miséria da maioria.

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