terça-feira, abril 20, 2010

O Rio de Janeiro continua lindo; e alvinegro




Ainda estou me recuperando, física e emocionalmente, da partidade de domingo. Pela primeira vez estava no local certo e na hora certa. Acompanhar a vitória do Botafogo no Rio foi algo sem precedentes para mim. Por quatro dias vi de perto a movimentação da cidade e as gozações dos rubronegros.

Rezando na Igreja da Candelária, Centro do Rio
Como não era de casa não entrava em discussões.Apenas rezava. Aliás, foram quatro igrejas visitadas antes da partida. A sugestão foi do nosso guia "Biu" e minha esposa Eva. E deu certo.

Voltei do Rio campeão e com uma impressão: o Rio de Janeiro continua lindo. E agora, Graças ao bom Deus, mais alvinegro. Nem as pichações que tomam conta da cidade conseguem enfeiar o que a natureza e a mão do homem criaram.

Diante do Estádio do Maracanã horas antes da festa alvinegra

Inimaginável

Entre florestas e parques, os monumentos históricos mostraram para mim um Rio que nunca vi. Até a sede do Botafogo tem uma história arquitetônica belíssima. A estátua do Manequinho voltou a ser fonte de alegria e de calmaria para os corações em chamas. Fui lá! Diante da sede um enorme muro traz estampado o rosto de nossos principais heróis: Quarentinha, Garrincha, Heleno de Freitas, Jairzinho e, creio eu, a partir de domingo o goleiro Jefferson.

Na sede do Glorioso fazendo pose para a posteridade


Por mim até o Joel deveria entrar para o roll. Afinal, na final, foi sua armação em campo quem nos garantiu o título antecipado do Cariocão 2010. Vencer com dois gols de penalti foi obra do destino. O mesmo que colocou frente a frente Jefferson e Adriano - o ex-imperador. Na hora da batida, que mãozinha salvadora, hein?

Já do nosso lado até a loucura do Loco Abreu (13) - felizmente não se transformou em azar. Bater o penal por cobertura foi uma tortura. O primeiro gol do Herrera fez o título ganhar cara de internacional. Quem diria que seríamos salvos por um uruguaio e um argentino. Só acontece com agente.


Gritos e lágrimas

A cada gol um grito. A cada grito as lágrimas e o coração disparado. Será? Claro que sabíamos o que podia acontecer. Mas como a história costuma nos pregar peças não teve aquele que por algum segundo não sentiu calafrio.

Tudo acabou com o apito final. Quando ele veio a emoção tomou conta, o corpo tremeu e a multidão cantou. E muito. Antes de homenagear os heróis gritando os seus nomes veio a bela canção: -E ninguém cala, esse nosso amor e é por isso que eu canto assim, por ti fogoooooo!!

Que emoção! Por pouco não cabia dentro de mim. Abraçado com minha esposa e recebendo cumprimentos de amigos da ocasião, parecia que éramos da mesma família. A família alvinegra. Passada a alegria, quando a razão voltou no lugar da emoção fiquei a pensar como seria o texto de Armando Nogueira sobre essa partida.


Armando

Mas tudo bem, tenho certeza que foi ele quem não deixou a bola do Loco Abreu (a do penal) não subir mais. Foi o sopro de Armando que fez a bola bater na parte de dentro do travessão e cair nas redes. Do céu Armando sorriu com sua travessura.

A outra vez que ele interviu foi na defesa, de coxa, do Somália. A bola veio furiosa mas ele teve a frieza de abaixar e defender, incrível.

Ao centro, com a faixa Zens eu, além de uma argentina e
um outro figura que não deu tempo de saber o nome

O cara é tão sortudo que ainda conseguiu uma foto com o Herrera

Depois foi só festa. Até no aeroporto do Galeão os desconhecidos se abraçavam e se fotografavam com uma alegria incontida. Foi assim comigo, que por estar com a faixa de campeão no peito, foi abordado por dezenas de outros alvinegros que queriam tirar fotos com ela. Algo que nunca tinha visto.

Ao centro o alvinegro Zens de Apucarana, Paraná. Ele atua como empresário do segmento de bonés o site de sua empresa é www.zenzbones.com.br

Causo


Como nada com agente escapa de um causo. Lembro aqui o que li (no Blog Bar do Bulga) e vi numa matéria da TV Globo. Em ambos é lembrado uma cena do filme dos Trapalhões com a Xuxa. Em meio a entrada da criançada numa nave especial que mostrava o futuro (e ele era em 2010), um menino pega um adesivo onde tinha que o Botafogo seria campeão carioca em 2010. O diretor do filme, João Alvarenga, é acostumado a aprontar essas coisas. Durante matéria do Globo Esporte ele conta essa história.

Só para não perder o hábito. Há coisas que só acontecem ao Botafogo.

Agradecimentos:


Agradeço a Deus, a minha mãe, minha esposa, minhas filhas (Evinha e Loreninha), minha sogra, aos amigos (em especial ao Carlinhos da Confraria por ter me presenteado com um vasto material gráfico do alvinegro - leia-se posters e revistas) e meu compadre Pedro pela consideração. Aos flamenguistas de bom coração que souberam reconhecer a derrota lhes desejo as melhores saudações alvinegras.

Ouça os gols na voz de Luiz Penido (Rádio Tupi - AM)

Herrera fez o primeiro
Loco Abreu fechou a tampa


Especial

Não posso deixar de agradecer e mandar muita energia positiva para D. Eugênia de 80 anos. Essa figura simpática que conheci em Copacabana, ao me ver entrar no restaurante deu um grito para todos ouvirem "Botafogo!!".

Com um forte aperto de mão disse que acreditava na vitória e deu o placar de 2x1. Foi realmente uma previsão divina. Somente pessoas de bem com Deus são capazes disso. Filha de um amolador de facas, durante o dia e garçon, à noite, anos mais tarde casou-se com um cearense que se tornou médico cardiologista. Quanta história, hein?

"Você vai lembrar de mim. Esse campeonato é do Botafogo", disse D. Eugência quando saíamos.

E estava certa. Não esqueci suas palavras proféticas. Torcedora do Fluminense estava acompanhada do sobrinho vascaíno. "Hoje sou Botafogo por causa do meu neto", completou com um belo sorriso e nos desejando boa sorte.

Beijão D. Eugênia e obrigado pelo carinho. Que Deus continue lhe dando saúde e vitalidade para continuar levando alegria as pessoas. Quando quiser passear por aqui saiba que terás um amigo para lhe receber.

Sucesso e até a próxima!!

Um comentário:

Adriana Cirqueira disse...

Flamenguista de bom coração e que sabe perder? Isso não existe não, chefe! Seu coração amoleceu foi?