quinta-feira, agosto 06, 2009

O dia em que a notícia foi o repórter


























A rotina do jornalista é dura e incerta. Saber se uma pauta vai render, só depois de chegar ao local do fato. A surpresa sempre é a melhor arma do repórter. Hoje a arma estava do outro lado. Nas mãos de um, dos dois bandidos que assaltaram o premiado repórter Gilberto Farias, do Jornal Gazeta. Levaram a máquina Cannon profissional da empresa, em pleno dia, na Grota do Cigano.






A cena ocorreu durante o registro de um protesto de alunos e professores. O companheiro de pauta era jornavocalista Lelo Macena, da Gazeta e do Xique e Baratinho. Com seu bom humor característico, antes de deixar a redação disse em voz alta que traria a manchete do dia de amanhã. Cumpriu a promessa. Só não disse seria a capa.



O cenário do assalto parece um videoclipe. De um lado os repórteres e do outro o os manifestantes. De repente, por trás, um jovem armado e outro rendendo o Giba e o Lelo, que segurava um guarda-chuva. No momento do assalto as crianças gritavam, em coro:


"aõ, ão, ão
o Téo é farrapão!"


Sem entender o que acontecia Giba tentou reagir. Graças a mão divina o assaltante não puxou o gatilho. O povo ficou atônito. Completamente desnorteados os jovens fizeram tudo diante das pessoas.






Em minutos os redatores viraram redigidos. A manchete se consagrava a partir de suas vidas em risco. A rotina mudava de lado. Giba e Lelo romperam, pelo menos por um dia, a cina de mostrar e escrever as tragédias alheias. Contaram a sua.





O drama social, que tem no flagelo do crack e do crime, sua maior expressão está sempre em pauta. Os jornalistas sabem disso. Hoje, dois deles, sentiram de perto. A vida passou num flash. E o risco de raspão. Já as autoridades vão levar mais um beliscão para ver se acordam.






Agosto é mesmo um mês irônico. Fez o poeta que virou repórter se emaranhar entre a ficção e realidade. Ele já cantara, em verso e prosa, a explosão da violência.






Na música "Elemento peste", Lelo denunciou que na "Na Grota do Pica-pau vc pode se dar mal- Na Grota do Cigano...aqui não tem engano - Na Grota do Arroz ninguém deixa nada para depois...". Hoje se integrou a letra.



O final feliz da história, de hoje, vai virar capítulo do livro "Giba, meu horói!" Com ele não falta acontecer mais nada.






Aqui minha solidariedade aos colegas. Quanto a cobrança por segurança...isso já fazemos todos os dias. O que falta é investimento social capaz de incluir, tratar e recuperar dependentes químicos. A segurança se faz com prevenção. O tráfico se combate com inteligência.


Comentário

lulacastellobranco.blogspot.com

Querido Tcholovsk, também solidário, principalmente por eu também conduzir um equipamento de igual valor comigo, adentrando nos espaços mais distintos, na labuta de nossa profissão tão fascinante. Quero aqui apenas dizer, que nessa música do grupo Xique Baratinho, que Vc citou, o refrão diz o seguinte: "E aí, velho !? Vc vai ficar parado aí ? Pegue seu berro, e vamos meter bronca !"... Pode-se dizer, o feitiço contra o feiticeiro.










Um comentário:

Lula Castello Branco disse...

Querido Tcholovski, também solidário, principalmente por eu também conduzir um equipamento de igual valor comigo, adentrando nos espaços mais distintos, na labuta de nossa profissão tão fascinante. Quero aqui apenas dizer, que nessa música do grupo Xique Baratinho, que Vc citou, o refrão diz o seguinte: "E aí, velho !? Vc vai ficar parado aí ? Pegue seu berro, e vamos meter bronca !"... Pode-se dizer, o feitiço contra o feiticeiro.