sexta-feira, agosto 28, 2009

Mundo sem rumo


O mundo, além de mais imundo, me parece sem rumo. Não só as economias estão em crise. Mas, fundamentalmente a juventude. Responsável pelos grandes movimentos culturais, comportamentais e revolucionários no último século, atualmente estão alheios.

Herdeiros da cultura do pós-moderno que priorizou o gosto individual e o "faça vc mesmo" como princípio, os jovens são incapazes de produções coletivas. O corpo virou vitrine. Quanto mais chocar e incomodar pelo visual, melhor! Ou seria pior? Bom, não posso entrar nas escolhas individuais. Cada um faz o que quer e como quer.


O fato, porém, é que não temos mais vanguarda. Quem está a frente das discussões? Os de sempre. Os partidos se partiram. Alguns, para não morrer, se fundiram. Enquanto representação ficaram distantes dos interesses populares. A descrença e a falta de ideias e ideologias eliminou o que a juventude tinha de mais legal: o poder de contestar e transformar.

A globalização trouxe tecnologia, aproximou nações ao mesmo tempo que disseminou a cultura do lixo. Aquela que não leva a nada, a não ser a deformações estéticas e de pensamento. A classe média - e seu velho poder de consumo- não sabe, nem pode mais comprar como antes.

A informação perdeu o status de informar. Agora, na condição apenas de produto também é descartável.

Os efeitos dessa "cultura do nada", lamentavelmente, chegou por aqui. Os tupiniquins que sempre quiseram ser primeiro mundo aprenderam a lição. Os movimentos sociais não evoluíram. Alguns até implodiram. O conteúdo se esvaziou.

Hoje, são os movimentos por direitos civis dos homossexuais, lésbicas, transexuais e até dos maconheiros que conseguem agregar. A temática, mesmo relevante, não colabora para a mudança estrutural das instituições.

Fenômenos como o impeachment, raramente ocorrerão. Não há liderança. E as que surgem não têm visão macro. Defendem segmentos. E quanto mais segmentada a sociedade, menos organização.

A internet incluiu os excluídos de opnião, mas num momento em que opinar virou clichê. Dizer só por dizer não transforma. Nessa linha minha crítica vai para a esquerda e a direita. A divisão está cada vez mais difícil, mas ainda existe.



Desde que aceitamos a eleição como meio de mudar realidades, a política é o único caminho. É nela que o cidadão tem que atuar. A luta para ter direito ao voto não foi fácil. Custou vidas e deixou feridas abertas até hoje. Ditadura ainda é uma palavra que causa pânico.

Mas isso é outra história!

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