quinta-feira, maio 15, 2008

Quando a fala pesa mais que a realidade

O poder da fala é incrível. Contar algo ou afirmar uma coisa, mesmo que já seja do conhecimento de todo mundo, a depender de quem diga muda tudo. Foi o que aconteceu com o diretor-Geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco sobre a Assembléia Legislativa.

Ao se referir ao Poder Legislativo e a alguns deputados que ele considera marginais acabou por despertar a ira do deputado deputado João Beltrão (PMN). O resultado é que nas últimas 48h não se fala em outra coisa na cidade.

Beltrão rebateu e acusou Barenco de "seqüestrador e torturador". Aí Barenco foi e se referiu a "folha criminal" convocando uma comparação de seu nome com o do parlamentar.

Sabe no que isso deu? Em nada.

Ou melhor, Beltrão agora quer a -CPI do Barenco- para apurar as denúncias que pesam sobre o delegado na corregedoria.

E aí? Agora a coisa vai caminhar por outros rumos, porque Beltrão disse que se sente ameaçado e se acontecer qualquer coisa a ele, a culpa é do Barenco.

Se a coragem de Barenco interessa ao Estado, não sei se interessa para a realidade. Isso porque, mais grave que o bate-boca com Beltrão é a denúncia contra o governador Téo Vilela (PSDB), a quem o deputado diz integrar a base na ALE.

Ora! Se, teoricamente, Barenco também é governo - porque tem cargo de confiança- a quem beneficia a troca de farpas verbais com o deputado de Coruripe?

No mínimo ao desvio das atenções. Porque em qualquer lugar sério, um governador denunciado num esquema de corrupção, como foi o da Gautama do Zuleido Veras, daria entre outras coisas em impeachment. Ou pelo menos no pedido.

Mas, o próprio Beltrão já disse, que nem por conta do que já fora denunciado ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), os deputados não proporão nada. E olha que é coisa séria. Ou ser acusado de receber R$ 500 mil num esquema para beneficiar uma construtora não é algo forte?

Claro que é! Entretanto em Alagoas tudo é diferente. A prova disso é que desde que Barenco e Beltrão entraram em cena, quem fala da denúncia contra Téo?

Então, nós enquanto sociedade temos que saber avaliar o peso das palavras. Aliás, somos refém delas. Na nota emitida pelo governo ele apenas se esquiva, mas não diz nada. Quero dizer: -está sem palavras!

Dizer o que, se as investigações da Polícia Federal, da -Operação Navalha- juntaram provas, fotos, gravações e deu até cadeia. O Téo tentou, mas não conseguiu nem ficar em cima do muro, porque não há mais muros. Estamos vendo tudo do outro lado.

Porém, é tanta informação, que se a pessoa não tiver dissernimento, compra a mais fácil. E como aqui uma briga vale mais que a análise da conjuntura, todos preferem ver sangue do que a queda do governo.

Enquanto isso o Estado caminha, ou rasteja, diante do sorriso da Isabel Filardis- atriz convidada pelo governo e paga com nosso dinheiro- para dizer que Alagoas está no rumo certo.

Só que ela não é daqui. Assim é fácil né! Sem falar que apresenta um livro com resultados, que se quer foi editado. Em qualquer lugar sério isso daria pano para manga ou pauta para imprensa.

Mas, quem quer saber disso?

Como dizia o sempre presente radialista, Ferreira Júnior: - É loita!

Nenhum comentário: