domingo, maio 11, 2008

Julgamento público e do público

Isabella Nardoni, morta após ter sido esganada e jogada

do sexto andar de um apartamento.

O caso Isabella a cada dia traz para o debate o julgamento público e o do público. Creio que ambos, antes de sentarem no banco dos réus, já estão condenados. E, de fato, merecem isso por conta de tantas evidências.


O julgamento do público esse já aconteceu. As prisões, as transferências de delegacias mostraram que há um clamor público, semelhante aos dos tempos bíblicos onde os "inimigos" eram apedrajados em praça pública.


O trabalho jornalístico conseguiu aprofundar detalhes da investigação desde o primeiro dia. As exclusivas da Globo e da Record acabaram por favorecer ao telespectador uma impressão clara do que aconteceu.


Mas, o mais grave, é descobrir que a classe média apodreceu. Assim como dizia Nelson Rodrigues, no seio de cada família há algo de podre. A violência está em todo o lugar e precisamos ter cuidado para não realimentá-la.


Não basta apenas querer bater, esganar, linxar e até matar o casal Nardoni, mas principalmente refletir o que somos. Como algo tão cruel pode ter ocorrido com uma criança? Por que aconteceu? Do que é feito o ser humano? (frase do França Moura).

São questões como essas que precisamos debater. Amar nossos filhos é reflexo do amor que recebemos de nossos pais. São eles quem determinam nossos destinos.

Ana Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni,

madrasta e pai, acusados do assassinato

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