sábado, abril 26, 2008

Botafogo x Fla decidem carioca 2008



Depois de superar o Fluminense com um gol no final da partida, aos 39min do segundo tempo, marcado por Renato Silva, ex-jogador do Flu, o Bota está qualificado para enfrentar o Flamengo novamente. O fogão é campeão da Taça Rio e o Fla foi da Taça Guanabara, onde venceu com a ajuda do juiz.



Coube ao Fogão fazer todo o caminho, novamente, inclusive vencendo o próprio Flamengo, para ter o direito de enfrentá-lo no domingo. Será o primeiro de dois jogos. Há quem diga- e eu estou entre estes- que foi Deus quem nos empurrou de novo para essa final.



Por uma questão de justiça precisamos tirar a limpo quem é o melhor do Rio. Por isso acredito que quando o Washington (atacante do Flu) perdeu o pênalti foi Deus quem deslocou a trave para ele acertá-la. Tava escrito! Seríamos campeões para decidirmos com os rubronegros.



A semana foi de provocações nas ruas, no trabalho e até na família. Mas é chegada a hora. Para cima deles fogão!.



Alagoano



Em Alagoas a coisa está se definindo também. O ASA joga domingo a segunda partida contra o CSA. O azulão segue em vantagem por ter batido o time de Arapiraca por 3x0, na última quinta-feira.

Mas, desta vez o jogo é em Arapiraca. Para os mais fiéis torcedores alvinegros o ASA pode surpreender e fazer quatro gols e ser campeão. Se vencer a partida leva o Campeonato Alagoano, porque venceu o primeiro turno.



Se der azulão, e isso pode de fato acontecer, o CSA é campeão do 2º turno e decidirá, em duas partidas o título do campeonato.



Os dois times vivem momentos diferentes. O ASA quer manter-se no topo por já está na final. O CSA, por sua vez, quer mostrar que cresceu e garantir sua vaga na Série C do Campeonato Brasileiro.


Foto Sionelly Leite - www.alagoas24horas.com.br


Vale conferir. Estaremos na Rádio Jornal AM 710, comentando a partida que terá a narração de José Rocha, o locutor juventude.

Em off ex-deputado Gilberto Gonçalves entrega Celso Luiz

O estilo espalhafatoso e barulhento do ex-deputado Gilberto Gonçalves continua causando horror na população e irritação entre os deputados Taturanas. A cada fala sua ele joga mais fezes no ventilador. Ele é um dos inciados na operação e chegou a ser preso, mas não se emenda.



Depois de ter sua voz divulgada detonando o esquema de corrupção, divulgado nacionalmente pela Folha de São Paulo, ele agora foi flagrado mais uma vez. Foi durante uma conversa com um grupo de jornalistas na Assembléia Legislativa.



Acreditando estar falando em off, entregou tudo novamente. Desta vez sobrou para o ex-presidente da ALE, deputado Celso Luiz. Segundo Gonçalves ele era o mentor do esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal e que pode ter rendido um desfalque de R$ 280 milhões.



Na foto, quando ainda era deputado, Gilberto na tribuna com o deputado Celso Luiz ao fundo, ladeado do deputado Paulão. Hoje, todos estão lado a lado novamente, só que no inquérito da Operação Taturana. Essa foi direto do túnel do tempo.








Os méritos do flagrante é do site AL Rádio (http://www.alradio.com.br/)

Paulão, Cícero, Barbosa e Haroldo

Foto Aílton Cruz - O Jornal

Paulão na Taturana

Os indiciamentos da "Operação Taturana" continuam. Na última semana os deputados Paulo Fernando, o Paulão (PT) e Marcos Barbosa depuseram e foram indiciados. O mesmo aconteceu com o prefeito Cícero Almeida e com o ex-sindicalista, Haroldo Loureiro.

A maior repercussão foi dada pelo indiciamento do deputado do PT. Isso porque desde que a operação da PF teve início o partido passou a figurar como um dos integrantes do Movimento contra o Crime e Corrupção (MSCC).

Só que eles não contavam que os respingos das investigações atingissem um quadro petista. Resultado! O movimento rachou. Os intelectuais, profissionais liberais e associações apartidárias saíram e deixaram o MSCC nas mãos dos petistas.

Um dos que puxaram a debandada foi o advogado Adriano Argolo, que desde o início do movimento, defendia seu caráter plural, apartidário e democrático. Mas, acabou engolido pelo espírito de corpo que preveleceu entre os petistas.

Na hora do movimento reafirmar seu apoio a PF, principalmente, depois do inciamento de Paulão, a maioria petista optou por blindá-lo. Chegava ao fim um dos movimentos mais espontâneos da sociedade civil alagoana dos últimos tempos. A luta continua, mas sem o mesmo tempero. Agora, quem dá as cartas é o PT.

O erro estratégico do partido será cobrado no futuro. Acredito que já nas próximas eleições. Isso porque a tentativa de fazer do MSCC um palanque, já foi minada pela entrada de Paulão na lista da Operação Taturana. Mesmo com as manobras, essa marca não sai nem com Brilux.

Almeida

Já o prefeito Cícero Almeida, que achou passar por fora do arrastão da PF caiu na rede. E por um detalhe simples: contraiu empréstimo avalisado pela Assembléia Legislativa.

É isso que está em jogo. O dinheiro, segundo Almeida foi para o deputado Francisco Tenório, a época seu colega de parlamento alagoano. O pedido para o repasse dos recursos foi feito pelo ex-presidente da ALE, deputado Celso Luiz.

Mesmo antes de depor o prefeito havia confirmado a operação. Foi à PF acreditando poder reverter o quadro, mas não escapou de figurar na lista. Depois de indiciado, durante uma inauguração, mandou um recado aos adversários que não usem o fato na campanha, pois a época ele era deputado. Como prefeito, afirma Almeida, não tem problema algum.

Mas, é claro que o caso será explorado na campanha municipal, onde Almeida tenta a reeleição. A melhor prova disso é que no dia de seu depoimento, entre as equipes de imprensa, estava uma produtora que presta serviços a um grupo de oposição a gestão municipal.

(Ouça entrevista de Almeida ao deixar à sede da PF)

Foto Yvette Moura - O Jornal

Barbosa

Já o deputado Marcos Barbosa, que até então não tinha seu nome citado acabou convocado para depor e, também, foi indiciado. Mesmo com a crise na ALE ele havia ficado sem arranhões de sua imagem e até aparecia na janela da casa, para ver os protestos diante do prédio da Associação Comercial, onde funciona interinamente o parlamento alagoano.

Ao deixar à sede da PF não escondeu sua irritação.

Foto Aílton Cruz - O Jornal

Loureiro

Quanto ao indiciamento do ex-presidente do sindicado dos servidores da ALE, ele demonstra que para conseguir os empréstimos era mesmo necessário o aval do poder. O que parecia lícito, tratava-se de uma operação ilegal, segundo o delegado Janderlyer Gomes que preside o inquérito da Operação Taturana.

O detalhe é que é crime financeiro fazer empréstimos baseados em autorizações institucionais, não previstas nas regras determinadas pelo Banco Central. Ou seja, a ALE jámais poderia ser avalista de nada.

A partir do momento que ela passou a forncer dados, no caso dos deputados incluindo a verba de gabinete, criou uma regra que não existe.

Mazé

E a lista tende a aumentar. Na fila para serem ouvidos o ex-deputado Temóteo Correa e a ex-deputada Maria José Viana, a Mazé. Ambos também fizeram empréstimos tendo como avalista a ALE. Assim como os demais serão ouvidos e ao confirmarem as transações serão indiciados.

sexta-feira, abril 18, 2008

Grande área


A rodada do final de semana, para não dizer domingo, vai ser decisiva para CSA, CRB, ASA e Coruripe. Vivendo situações diferentes cada um precisa vencer por razões óbivias: almejam a final.

É claro que no caso do CSA, que venceu por 2x1 o Coruripe, em sua casa, não custa nada jogar com o regulamento em baixo do braço. Mas, isso o colocaria em rota de colisão com a torcida, que viu o time empatar duas vezes contra o maior rival, o CRB.

Como venceu, o CSA pode até perder por um gol de diferença. O detalhe é que ele não combinou isso com o Coruripe e o campeão do Estado está acostumado a situações difícieis. Depois de trocar duas vezes de técnico o Hulk quer mostrar que mesmo tendo o verde em seu uniforme está maduro para levar o título de novo.

Sem falar que o time é patrocinado por uma marca de açucar, mas não é doce!

Galo da praia

Já o Galo, depois de empatar com o ASA vai a Arapiraca sabendo que se empatar perde a chance de encarar a final. E isso para um time que posa de grande por estar na série B do Campeonato da 2º divisão é mortal. Tanto que seus torcedores não pouparam críticas ao time.

Por isso o lema é vencer. Quem sabe até descontar, na casa do ASA, a goleada que o time de Arapiraca meteu no primeiro turno lá na Pajuçara (5x2).
(vejam imagens do primeiro jogo no Rei Pelé 13.04.2008)




Coração alvinegro

Mas, se eu não disser que meu coração vai está no Maracanã estou mentindo. Botafogo e Fluminense se enfrentam na reta final da Taça Rio, para depois disputarem o Carioca com o Flamengo. Sei que o Flu tá bem, mas o Mengão nos deve uma conta que ficou desde o primeiro turno do campeonato, quando disputamos a Taça Guanabara.

Respeito o Flu, mas creio que Deus vai fazer justiça e deixar o Bota passar para pegar os rubronegros novamente.

No domingo passado (13.04.2008) o Fogão meteu 3x0 neles facilmente. Os caras disseram que foi porque o Fla tava cansado.
Até o Arivaldo Maia escreveu isso no seu blog. (relembrem os gols)



Espero um quadro diferente na final .
Nos aguardem Urubus!

Férias em Tuvalu


















Essa é Tuvalu. Uma ilha que está
condenada a desaparecer por conta do aquecimento global. Nos próximos 20 anos o nível do mar vai tomá-la de volta. O interessante é que Tuvalu é um País que vive do registro de sites de internet o ponto TU (.tu). Graças ao registros de domínio se produz renda. O turismo é outra fonte de recursos. Em breve o lugar será virtual.
Tuvalu é linda. Mas, como toda beleza é efêmera.

quarta-feira, abril 16, 2008

Charge do San publicada em O Jornal 15.04.08



O deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão do PT, foi convocado para depor na Polícia Federal. Depois de um discurso emocionado na ALE, na última terça-feira, ele foi intimado por dois agentes da PF que acompanharam o seu pronunciamento.


Mesmo de forma discreta, sem usar coletes ou roupas da PF, os dois agentes foram identificados pela imprensa. Diante do vexame o petista saiu do plenário sem falar com a imprensa e pela porta dos fundos.


Agora é esperar para ver. Paulão nega qualquer envolvimento em esquemas. Mas, para o delegado Janderlyer Gomes, o empréstimo que fez foi tão irregular quanto o dos demais deputados indiciados.


Resta saber se ele for mesmo indiciado o Ministério Público vai pedir o seu afastamento do cargo. É esperar para ver.

terça-feira, abril 15, 2008

Memória contra o crime

Me dizes por onde andas...
Antes de vir a Alagoas para acompanhar a "Operação Taturana" o delegado José Pinto de Luna atuou em São Paulo. Por lá também não aliviou e ajudou a prender e a investigar juízes e desembargadores. Desde que entrou para a PF sua trajetória tem sido pautada pelo combate ao crime organizado, principalmente, o detonado por figuras de "colarinho branco".
Portanto, atenção deputados taturanas e seus filhotes, seus dias estão contados. O "Pinto não é mole"!
Coincidência
A grande coincidência desse momento que vivemos é que o bloco carnavalesco de maior repercussão na capital chama-se Pinto da Madrugada. E é justamente na madrugada que o Pinto, o da PF, costuma prender os corruptos de Alagoas. Parece que os organizadores do bloco previam que um dia a coisa iria mudar.
Aquário
Mais uma do Pinto. Outro dia ao se referir ao Detran disse que o órgão é como um aquário, é só colocar a mão que se acha alguma coisa. E não é que ele estava certo. Mexeu, fedeu!
Restaurante
Depois do efeito Taturana na cidade, tem deputado indo almoçar em Porto de Galinhas e até Sergipe. O detalhe é que quando os caras entram em algum local e são reconhecidos o incômodo de alguns clientes é evidente.
Outro dia soube que num ambiente xique da cidade um grupo de 20 pessoas ameaçou deixar o local se um dos Taturanas afastados permanecesse no local. E olha que nesse dia ele não estava com a namorada (ou amante), mas sim com a titular.
Risos
Desde que caíram no gosto da PF e da Justiça Federal os deputados acusados do desvio de R$ 280 milhões da assembléia não tinham motivos para sorrir. Agora, depois que empurraram o deputado Paulão para o inquérito, tem figura com a boca aberta até as orelhas.
Ameaças sem efeito
A notícia das ameaças contra o super-Sapucaia (desembargador) e o super-Coaracy (chefe do MP alagoano) já se tornaram sem efeito. Primeiro porque diz o ditado que quem fala não faz. Segundo porque o estrago que os dois provocaram já entrou para a história. Hoje e sempre, vai estar escrito que pelo menos dois homens tiveram coragem de encarar os todo poderosos deputados-coronéis. Se, por acaso, virem a morrer em função do que fizeram, aí se tornarão mitos.
Será que os Taturanas querem isso? Querem nada. O que eles querem é que o eleitor, principalmente os dos currais, os reelejam novamente.
Mas, hoje, até isso está ameaçado.

sexta-feira, abril 11, 2008

Outro furo político


A ex-chacrete e ex-atriz pornô, Rita Cadillac, sairá candidata no próximo pleito. Assim como Gretchen promete rebolar para conseguir votos em Porto de Galinhas - PE, na região metropolitana de Recife. Desde que largou os palcos e as camas dos estúdios ela se dedica a uma pousada que abriu na cidade.

segunda-feira, abril 07, 2008

7 de abril dia do jornalista - estou nessa família desunida

Um dia meu sonho era ser um jornalista. Foi difícil, mas consegui com o apoio de minha mãe e pelo esforço de meu pai. Com apoio de amigos e persistência consegui entrar na unversidade, me formei e depois consegui meu lugar ao sol.
Só lamento a desunião da profissão. É muita estrela para pouca constelação. Nunca pensei que os sonhadores da época de UFAL fossem ficar tão pernósticos, em alguns casos. Sinto muito isso. Mas como família a gente não escolhe, estamos aí!
Nesse processo conheci muita gente. Uma delas foi a companheira Zara Costa, grande figura humana, também, jornalista. Hoje, num dos dias dedicados ao profissional de jornalismo ela me brindou com esse texto belíssimo do Gabriel García Márquez.
Como o princípio da profissão, além da ética, está ligado ao fato de distribuir e informar o que sabemos divido-o como meus 69 leitores.
A MELHOR PROFISSÃO DO MUNDO
Gabriel García Márquez*
Há uns cinqüenta anos não estavam na moda escolas de jornalismo. Aprendia-se nas redações, nas oficinas, no botequim do outro lado da rua, nas noitadas de sexta-feira. O jornal todo era uma fábrica que formava e informava sem equívocos e gerava opinião num ambiente de participação no qual a moral era conservada em seu lugar.
Não haviam sido instituídas as reuniões de pauta, mas às cinco da tarde, sem convocação oficial, todo mundo fazia uma pausa para descansar das tensões do dia e confluía num lugar qualquer da redação para tomar café. Era uma tertúlia aberta em que se discutiam a quente os temas de cada seção e se davam os toques finais na edição do dia seguinte. Os que não aprendiam naquelas cátedras ambulantes e apaixonadas de vinte e quatro horas diárias, ou os que se aborreciam de tanto falar da mesma coisa, era porque queriam ou acreditavam ser jornalistas, mas na realidade não o eram.
O jornal cabia então em três grandes seções: notícias, crônicas e reportagens, e notas editoriais. A seção mais delicada e de grande prestígio era a editorial. O cargo mais desvalido era o de repórter, que tinha ao mesmo tempo a conotação de aprendiz e de ajudante de pedreiro. O tempo e a profissão mesma demonstraram que o sistema nervoso do jornalismo circula na realidade em sentido contrário. Dou fé: aos 19 anos, sendo o pior dos estudantes de direito, comecei minha carreira como redator de notas editoriais e fui subindo pouco a pouco e com muito trabalho pelos degraus das diferentes seções, até o nível máximo de repórter raso.
A prática da profissão, ela própria, impunha a necessidade de se formar uma base cultural, e o ambiente de trabalho se encarregava de incentivar essa formação. A leitura era um vício profissional. Os autodidatas costumam ser ávidos e rápidos, e os daquele tempo o fomos de sobra para seguir abrindo caminho na vida para a melhor profissão do mundo - como nós a chamávamos. Alberto Lleras Camargo, que foi sempre jornalista e duas vezes presidente da Colômbia, não tinha sequer o curso secundário.
A criação posterior de escolas de jornalismo foi uma reação escolástica contra o fato consumado de que o ofício carecia de respaldo acadêmico. Agora as escolas existem não apenas para a imprensa escrita como para todos os meios inventados e por inventar. Mas em sua expansão varreram até o nome humilde que o ofício teve desde suas origens no século XV, e que agora não é mais jornalismo, mas Ciências da Comunicação ou Comunicação Social.
O resultado não é, em geral, alentador. Os jovens que saem desiludidos das escolas, com a vida pela frente, parecem desvinculados da realidade e de seus problemas vitais, e um afã de protagonismo prima sobre a vocação e as aptidões naturais. E em especial sobre as duas condições mais importantes: a criatividade e a prática.
Em sua maioria, os formados chegam com deficiências flagrantes, têm graves problemas de gramática e ortografia, e dificuldades para uma compreensão reflexiva dos textos. Alguns se gabam de poder ler de trás para frente um documento secreto no gabinete de um ministro, de gravar diálogos fortuitos sem prevenir o interlocutor, ou de usar como notícia uma conversa que de antemão se combinara confidencial.
O mais grave é que tais atentados contra a ética obedecem a uma noção intrépida da profissão, assumida conscientemente e orgulhosamente fundada na sacralização do furo a qualquer preço e acima de tudo. Seus autores não se comovem com a premissa de que a melhor notícia nem sempre é a que se dá primeiro, mas muitas vezes a que se dá melhor. Alguns, conscientes de suas deficiências, sentem-se fraudados pela faculdade onde estudaram e não lhes treme a voz quando culpam seus professores por não lhes terem inculcado as virtudes que agora lhes são requeridas, especialmente a curiosidade pela vida.
É certo que tais críticas valem para a educação geral, pervertida pela massificação de escolas que seguem a linha viciada do informativo ao invés do formativo. Mas no caso específico do jornalismo parece que, além disso, a profissão não conseguiu evoluir com a mesma velocidade que seus instrumentos e os jornalistas se extraviaram no labirinto de uma tecnologia disparada sem controle em direção ao futuro.
Quer dizer: as empresas empenharam-se a fundo na concorrência feroz da modernização material e deixaram para depois a formação de sua infantaria e os mecanismos de participação que no passado fortaleciam o espírito profissional. As redações são laboratórios assépticos para navegantes solitários, onde parece mais fácil comunicar-se com os fenômenos siderais do que com o coração dos leitores. A desumanização é galopante. Não é fácil aceitar que o esplendor tecnológico e a vertigem das comunicações, que tanto desejávamos em nossos tempos, tenham servido para antecipar e agravar a agonia cotidiana do horário de fechamento.
Os principiantes queixam-se de que os editores lhes concedem três horas para uma tarefa que na hora da verdade é impossível em menos de seis, que lhes encomendam material para duas colunas e na hora da verdade lhes concedem apenas meia coluna, e no pânico do fechamento ninguém tem tempo nem ânimo para lhes explicar por que, e menos ainda para lhes dizer uma palavra de consolo.'Nem sequer nos repreendem', diz um repórter novato ansioso por ter comunicação direta com seus chefes. Nada: o editor, que antes era um paizão sábio e compassivo, mal tem forças e tempo para sobreviver ele mesmo ao cativeiro da tecnologia.
A pressa e a restrição de espaço, creio, minimizaram a reportagem, que sempre tivemos na conta de gênero mais brilhante, mas que é também o que requer mais tempo, mais investigação, mais reflexão e um domínio certeiro da arte de escrever. É, na realidade, a reconstituição minuciosa e verídica do fato. Quer dizer: a notícia completa, tal como sucedeu na realidade, para que o leitor a conheça como se tivesse estado no local dos acontecimentos.
O gravador é culpado pela glorificação viciosa da entrevista. O rádio e a televisão, por sua própria natureza, converteram-na em gênero supremo, mas também a imprensa escrita parece compartilhar a idéia equivocada de que a voz da verdade não é tanto a do jornalista que viu como a do entrevistado que declarou. Para muitos redatores de jornais, a transcrição é a prova de fogo: confundem o som das palavras, tropeçam na semântica, naufragam na ortografia e morrem de enfarte com a sintaxe.
Talvez a solução seja voltar ao velho bloco de anotações, para que o jornalista vá editando com sua inteligência à medida que escuta, e restitua o gravador a sua categoria verdadeira, que é a de testemunho inquestionável. De todo modo, é um consolo supor que muitas das transgressões da ética, e outras tantas que aviltam e envergonham o jornalismo de hoje, nem sempre se devem à imoralidade, mas igualmente à falta de domínio do ofício.
Talvez a desgraça das faculdades de Comunicação Social seja ensinar muitas coisas úteis para a profissão, porém muito pouco da profissão propriamente dita. Claro que devem persistir em seus programas humanísticos, embora menos ambiciosos e peremptórios, para ajudar a constituir a base cultural que os alunos não trazem do curso secundário.
Entretanto, toda a formação deve se sustentar em três vigas mestras: a prioridade das aptidões e das vocações, a certeza de que a investigação não é uma especialidade dentro da profissão, mas que todo jornalismo deve ser investigativo por definição, e a consciência de que a ética não é uma condição ocasional, e sim que deve acompanhar sempre o jornalismo, como o zumbido acompanha o besouro.
O objetivo final deveria ser o retorno ao sistema primário de ensino em oficinas práticas formadas por pequenos grupos, com um aproveitamento crítico das experiências históricas, e em seu marco original de serviço público. Quer dizer: resgatar para a aprendizagem o espírito de tertúlia das cinco da tarde.Um grupo de jornalistas independentes estamos tratando de fazê-lo, em Cartagena de Indias, para toda a América Latina, com um sistema de oficinas experimentais e itinerantes que leva o nome nada modesto de Fundação do Novo Jornalismo Ibero-Americano. É uma experiência piloto com jornalistas novos para trabalhar em alguma especialidade - reportagem, edição, entrevistas de rádio e televisão e tantas outras - sob a direção de um veterano da profissão.
A mídia faria bem em apoiar essa operação de resgate. Seja em suas redações, seja com cenários construídos intencionalmente, como os simuladores aéreos que reproduzem todos os incidentes de vôo, para que os estudantes aprendam a lidar com desastres antes que os encontrem de verdade atravessados em seu caminho. Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade.
Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte.
* Discurso de Gabriel García Márquez, jornalista profissional e um dos nomes mais importantes da literatura mundial, durante a assembléia da Sociedade Interamericana de Imprensa, no dia 7 outubro de 1996, em Los Angeles.

Abortar ou deixar como está?

Foto: Layra Santa Rosa (www.alagoasagora.com.br)

Eis uma pergunta importante no ano que a igreja centra fogo contra o aborto. De fato os argumentos cristãos são bonitos e até fundamentados em dados importantes.


O fato é que numa sociedade, formada por um amontuado de bestas humanas, que se dizem civilizadas ainda nos deparamos com cenas como essa aí. Uma criança abandonada no lixo por alguma mãe que não o quis, nem a desejou.


A solução encontrada por ela foi abandoná-lo até que seu corpo fosse encontrado no lixão, por um catador. Não a conheço e nem sei se teria condições para isso, mas creio que deve ser miserável, tem mais de um filho e esse foi mais um que nem pai teria.


Esse quadro associado a falta de informação para evitar mais uma gravidez indesejada a levou ao gesto bestial. Quem pagou foi essa criança, que teve que agonizar até a morte junto aos dejetos. Quando a caixa foi aberta o corpinho estava recoberto por formigas e moscas vorazes.


Inércia


Paralelo a esses fatos, não vejo nem a igreja, nem os defensores do aborto abrirem uma discussão sobre planejmento familiar. A igreja, infelizmente, ainda não despertou para a necessidade o uso do preservativo. Até para os seus padres pedófilos.


Já os defensores do aborto, entendem que depois do feto feito ele pode ser retirado, antes de vir ao mundo.


Ora, convenhamos galera: até quando vamos assistir a isso?


Enquanto estou escrevendo isso aqui, acabo de ver na TV uma outra matéria de uma mãe que abandonou o filho embaixo de uma árvore, no município de Viçosa. A criança resistiu por 12h ao sol e as picadas de formiga. Por pouco não morreu.


A cena é de cortar o coração. Claro, que me refiro a quem o tem!


Mas, e aí? Vamos fazer o que?


Não adianta se indgnar e não trazer a discussão para dentro de casa, das escolas e no trabalho. Se apoiar no discurso relioso ou militante sem observar as variantes é atraso.


Enquanto formos mais verborrágicos do que sensíveis só nos resta aguardar os próximos fetos abandonados. Infelizmente!


sexta-feira, abril 04, 2008

Só cristo para livrar os cariocas do terror da dengue e do César Maia

O Rio de Janeiro continua lindo. Mas, para quem não teve como escapar da dengue ele está um caos. Milhares de pessoas, todos os dias, sofrem em filas imensas para saber o diagnóstico e se terá ou não atendimento. O clima é de guerra. Os cariocas, acostumados a viver com a violência, não estão suportando o descaso das autoridades.

O prefeito César Maia não tem dado respostas a altura. A polêmica com o Governo Federal é o que mais tem prejudicado o atendimento.
















O governo quer intervir de forma mais decisiva, mas encontra resistências de Maia que ainda posa como dono da situação.

A última dele foi impedir o funcionamento por 24hs dos postos de saúde.

Em Alagoas a Dengue no Rio está mobilizando um grupo de profissionais para ajudar no combate e tratamento da doença.

O detalhe é que em Alagoas já começa a aparecer os casos da doença. E nós estamos tão bem assim para exportarmos profissionais.

Pelo visto só cristo para salvar a todos. O problema é que ele não tem culpa se seus filhos não cuidam da cidade. Nesse ponto a responsabilidade é de todos. O Maia leva a ripa maior, mas o povoão também tem que se ligar que lixo e água empossada devem ser combatidos.

Espero que estejamos preparados para o que vem por aí. O tal mosquito da dengue tem sido visto em várias redações da capital. Preto e com pintas brancas nas pernas ele é sempre uma ameaça.

Se liguem coleguinhas!